Operação Prato: quando a Força Aérea Brasileira investigou luzes misteriosas na Amazônia

Em meio à vastidão da floresta amazônica, na tranquila cidade de Colares, no Pará, um dos capítulos mais curiosos da história brasileira tomou forma em 1977. Relatos de luzes misteriosas no céu, sensações estranhas e marcas físicas em moradores chamaram a atenção das autoridades, levando a uma investigação oficial conduzida pela Força Aérea Brasileira (FAB). Nascia, assim, a Operação Prato — uma missão que até hoje desperta interesse de estudiosos, ufólogos e curiosos do mundo inteiro.

O contexto: o que estava acontecendo em Colares?

No segundo semestre de 1977, os moradores de Colares passaram a relatar uma série de eventos estranhos: luzes coloridas no céu que apareciam durante a noite e pareciam se movimentar de forma inteligente, como se estivessem “observando” as pessoas. O fenômeno não era apenas visual. Muitas pessoas diziam sentir um tipo de calor ou pressão quando os feixes de luz as atingiam. Algumas relataram queimaduras leves, tontura e até sintomas semelhantes à anemia.

Essas ocorrências ficaram popularmente conhecidas como “chupa-chupa”, nome dado pela própria população para descrever o fenômeno, acreditando que essas luzes retiravam energia ou sangue das pessoas. O medo se espalhou rapidamente: pescadores deixaram de sair para trabalhar à noite, escolas suspenderam aulas e muitas famílias dormiam agrupadas em um único cômodo, tentando se proteger.

Diante do pânico crescente, as autoridades locais entraram em contato com o governo federal pedindo ajuda.

Vista aérea de Colares, no Pará – Local onde ocorreram os fenômenos. (Imagem: Wikimedia Commons)

A resposta oficial: nasce a Operação Prato

Atendendo aos pedidos da prefeitura e da população, a Força Aérea Brasileira enviou uma equipe à região. A missão foi batizada de Operação Prato e teve início em setembro de 1977, sob o comando do então capitão Uyrangê Bolívar Soares Nogueira de Hollanda Lima. Cerca de 30 militares foram destacados para integrar a operação, com o objetivo de documentar e entender os fenômenos que estavam sendo relatados.

Durante aproximadamente quatro meses, a equipe percorreu diferentes áreas do estado do Pará, com foco em Colares, Vigia, Mosqueiro e outras localidades próximas. Os militares montaram observatórios improvisados, utilizaram câmeras fotográficas, filmadoras Super-8 e Super-16, binóculos, mapas e equipamentos para monitoramento visual e sonoro.

Ilustração oficial do acervo da FAB com base em avistamentos relatados. (Fonte: Wikimedia Commons)

O que foi registrado?

Segundo os relatórios da FAB, foram obtidas mais de 500 fotografias, 16 horas de filmagens e dezenas de depoimentos de testemunhas oculares. Algumas das imagens registram luzes se movimentando no céu, muitas vezes de forma que desafiavam a tecnologia conhecida na época. Há também croquis desenhados pelos militares, relatando objetos em forma de disco, cilindro e até estruturas triangulares.

Em entrevistas realizadas anos depois, o próprio capitão Hollanda afirmou ter presenciado, pessoalmente, objetos luminosos a poucos metros de distância, inclusive sobrevoando rios e áreas de mata.

Croqui técnico desenhado por oficiais da FAB. (Fonte: Wikimedia Commons)

O encerramento da missão e os documentos liberados

A Operação Prato foi oficialmente encerrada em dezembro de 1977, e seu material permaneceu confidencial por décadas. Apenas no final dos anos 1990 e início dos anos 2000 parte desses arquivos começou a ser liberada graças aos pedidos de pesquisadores e entusiastas da ufologia.

Com a liberação dos documentos, muitos deles armazenados no Arquivo Nacional, foi possível confirmar que a Força Aérea, de fato, realizou uma operação oficial sobre os eventos no Pará, e que os fenômenos registrados eram reais — embora sem explicações conclusivas.

Diagramas técnicos originais da FAB sobre os objetos observados. (Fonte: Wikimedia Commons)

Impactos na comunidade local

Os moradores de Colares e região nunca esqueceram os meses em que o céu parecia se comportar de maneira incomum. Até hoje, muitos ainda se lembram das noites iluminadas por feixes de luz, do medo coletivo e da presença dos militares em áreas rurais e ribeirinhas.

Profissionais da saúde da época, como a médica Wellaide Cecim Carvalho, relataram ter atendido dezenas de pessoas com sintomas compatíveis com os efeitos atribuídos aos feixes de luz. Seus depoimentos também constam nos registros oficiais.

Um legado que permanece

A Operação Prato é, até hoje, o caso mais documentado e reconhecido de investigação oficial sobre fenômenos aéreos não identificados no Brasil. Diferente de outras histórias que circulam apenas no imaginário popular, esta foi uma ação real, promovida por instituições governamentais, com registros concretos.

Atualmente, pesquisadores continuam analisando o material disponível, tentando compreender os eventos daquela época sob uma nova ótica, com o suporte de tecnologias modernas. A própria abertura de documentos oficiais reforça a importância da transparência e da pesquisa responsável sobre assuntos que envolvem o desconhecido.

Mais do que um mistério, a Operação Prato representa um marco da história brasileira, lembrando que mesmo os fenômenos mais incomuns merecem ser observados com seriedade, investigação e respeito à memória daqueles que os vivenciaram.

Operação Açaí: uma experiência de outro mundo

Neste sentido, instaurada em meio à floresta pela Biosouza Ecoindústria, a Operação Açaí utiliza o contexto amazônico em seu próprio nome, ao mesmo tempo em que se associa à ideia de uma experiência alimentar de outro mundo — quase extraterrestre de tão deliciosa.

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